O Planeta dos Macacos – A Origem


(J. C. Peu)

Poucos filmes criaram em mim tanta expectativa para este ano quanto “O Planeta dos Macacos – A Origem”. Não me decepcionei. Muitas vezes, criar expectativas pode resultar numa imensa frustração. Em certas ocasiões, não alimentar expectativa alguma em relação a um filme se mostra uma opção muito melhor.

Lembro perfeitamente da frustração que me causou esperar com ansiosidade o lançamento do filme “A Fonte da Vida”. Eu acompanhei por meses todas as notícias que apareciam sobre o filme. Acreditava que o projeto resultaria num grande filme de ficção científica. Foi frustrante ver que o resultado não se mostrou nem um bom filme de ficção científica, nem um bom filme de romance, já que foi isso que acabou se tornando.

No quesito filme que não criei expectativa alguma em relação a ele, “X-Man – Primeira Classe” me surpreendeu muitíssimo. Assisti aos dois primeiros filmes no dia do lançamento no cinema, mas quanto ao terceiro, esperei chegar na locadora. Não eram filmes horríveis, mas não me agradaram muito. Li as críticas do “Primeira Classe”, e fiquei com duvida quanto a se o filme era realmente bom, ou se os críticos tinham  bebido muito antes de escrever as críticas. O filme é melhor que os anteriores, o que é muito bom, e fez com que eu ficasse satisfeito com o bom trabalho realizado. Dois filmes, duas experiências diametralmente opostas uma á outra.
Quanto ao  “O Planeta dos Macacos – A Origem”, as minhas expectativas estavam nas nuvens. Comprei o filme original, de 1968, para me preparar para o filme. Já tinha visto o filme mais de duas décadas atrás, e sempre gostei muito dele. Toda a reflexão presente no roteiro sempre me fascinou. Ao assistir a versão de Tim Burton, em 2002, gostei muito dos efeitos e da maquiagem do filme, mas achei a história muito fraca e pasteurizada.

Este novo Planeta dos Macacos é muito melhor que a versão de 2002. Tanto nos efeitos quanto na concepção visual o filme é muito superior. Se em todas as versões anteriores os macacos eram mais homens que macacos, esta foi a primeira vez que vimos um macaco humanizado, mas, sem deixar de ser um macaco. Ponto para a brilhante interpretação do Andy Serkis como César. Seu trabalho é tão impressionante que esquecemos de perguntar sobre o que aconteceu com o personagem do James Franco, que foi completamente eclipsado pelo surgimento em sena de César  Serkis. 
César, sobrenome Serkis, é o melhor personagem que assisti no cinema neste ano. Os clichês do roteiro no que se refere ao personagem do cientista maluco, do industrial louco por dinheiro e inescrupuloso, do parente doente, do bonitão bem sucedido solteiro, etc, não tem importância alguma, pois a história é do César e não de qualquer outro personagem.

Considero que o filme poderia ser melhor se houvesse uma cena com poder imagético capaz de estar, ou pelo menos tentar, a altura da cena final do filme de 1968, onde Charlton Heston cai de joelhos na areia da praia ao perceber que o próprio homem foi responsável pela sua extinção. Faltou um pouco mais de impacto ao filme, mas nada que seja capaz de diminuir o seu brilho. Recomendo com louvor este magnífico exemplar de bom filme de ficção científica.

Que venham outros!

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