Auto-retrato

Eu, faxineiro, 27 anos.
Luto todo dia, só apanho.
Apanho da vida, eu mesmo me arranho.
Perdido na rua, coração de pano.
Dando conselhos a outros,
Querendo todos pra mim
Eu mesmo me engano.

Barriga cheia de comida,
Roncando na ânsia de devorar paixões
Um rio rasgando montanhas
Como amor rasgando corações
Na estante seu sorriso me lembra
Que um erro meu deixou tudo pior.

"Gauche" se lê "gôche"
Mundo, mundo
Vasto mundo
Se eu me chamasse Raimundo
Não seria solução seria castigo.

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