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Mostrando postagens de maio, 2015

Bosom Friend

Eu queria ter o mundo ao alcance das mãos E correr mais rápido que a velocidade do som E voar mais rápido do que a velocidade da luz Só pra chegar primeiro E te contar as novidades antes delas aparecerem. A vida é um jogo que jogamos Se perdemos ou ganhamos Isso não importa O que importa é que jogamos. Se ganhamos ou perdemos A vida é tudo o que temos. Se perdemos ou vencemos O que não temos é tudo o que queremos. O que eu quero? Eu quero apenas ser seu amigo Estar ao seu lado E na hora da chuva te servir de abrigo. Eu quero apenas ser seu amigo Quando você for lutar Quero lutar junto contigo. Eu quero ir na frente E te livrar do perigo Eu quero que você me chame Como eu te chamo de amigo. Amigo!!!

Parto Normal

Quando você partir Parta de parto normal Não fique chorando Se remoendo por dentro Tornando tudo tão difícil para nós dois. Se quiser voltar Volte sem remorsos Não foi minha culpa, Nem sua, nem de ninguém. Por que ficar se lamentando Achando que suas lamentações Carregam o cerne da mudança do mundo? Conte-me seus sonhos Eu sentirei prazer em dizer O que significam. Se quiser chorar, chore. Eu também queria chorar Sem ter um motivo. Mas, o que fazer se Ainda estou vivo? No entanto, se você chorar Não molhe meus ombros Com suas lágrimas Use-as para lavar os copos E os pratos que ficaram Sobre a pia. Eu queria sorrir, Mas, não vejo motivos. O que fazer, se Ainda estou vivo? Vire a página deste livro que lês. Vire a página da tua própria vida. Faça os curativos e deixe que o tempo Cure todas as feridas. E, se quiser partir, Parta de parto normal.

EX MACHINA

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O filme EX MACHINA, primeiro filme dirigido por Alex Garland, tem tudo para ser considerado um dos melhores filmes de ficção científica dos últimos tempos. E os méritos deste filme não são poucos e crescem quando se leva isso em consideração. É difícil não se lembrar de Metrópolis, 2001 Uma Odisséia no Espaço, e mais recentemente Ela. Num primeiro momento o que nos lembra tais filmes é com certeza a existência de um robô/inteligência artificial como a Maria, ou o Hal9000. Porém, Ava parece ser uma evolução das entidades robóticas citadas. É um alento ver uma ficção científica tão limpa, clean. Em certos momentos do filme é tudo tão clean que lembra alguns ambientes do já citado 2001. Também é impossível não lembrar do leiaute do Google. É bem possível que o Blue Book tenha a mesma aparência. E o Google tem mais participação na história do que possa parecer. Outro ponto positivo do roteiro, também de Alex Garland, é que ele subverte os mitos de Pandora e Prometeu. Dessa vez o

Harry Potter é literatura?

Afinal, Harry Potter é literatura? http://flip.it/voi9s Já falei sobre isso aqui, mas, estas reflexões são muito boas.

Os Malditos, ou These are the damned

Os malditos, filme de Joseph Losey de 1963, conta a história de um turista americano, de um líder de uma gangue e da irmã dele, os três acabam presos num complexo secreto do governo americano que faz experiências com crianças, tornando-as radioativas para poderem sobreviver depois que um desastre nuclear acabar com toda a terra e matar todas as pessoas. Elas vão ser, simbolicamente, adão e eva do mundo pós-apocalíptico. O filme é uma parábola sobre a paranóia atômica, o medo de que as super-potências iriam acabar destruindo o planeta com uso de armas nucleares na guerra fria.  É um filme que demora a engrenar, mas, possui uma mensagem que é válida até hoje, posto que desde 1963 as formas de se destruir a humanidade parece apenas se proliferar. O fim tem a melhor parte do filme, crianças pedindo socorro, um gesto simbólico e tocante. Mesmo em pleno século XXI as crianças continuam pedindo socorro. É, de fato, um clássico da ficção científica. Super recomendo.

Grande aula de Ficção Científica com Bráulio Tavares

https://youtu.be/_iSNTho6H6s Certamente um pouco mais de conhecimento sobre este gênero literário não faz mal.

Se eu morrer

Se eu morrer Não me acompanhe A vida é assim Não seja inane Se você me amar Eu morro bem. Se eu cair Me levante Não me deixe assim Pois sou rompante E num rompante Posso enlouquecer Mas, se você me amar Eu morro bem. Se eu chorar Me dê ouvidos Me dê também um ombro, Um ombro amigo E seque minhas lágrimas Com amor Pois se você me amar Eu morro bem. Eu morro bem, Morro bem, Mas, se você morrer Morro também.

Viagem

Quando você passar aqui Na vinda de qualquer viagem Pode perguntar por mim Mesmo que seja tarde Muito tarde para a vida Cedo demais pra morte. Quando você passar por mim Na vinda de qualquer viagem Diga pelo menos um "oi" Mesmo que seja tarde Tarde demais para desculpas Ainda há tempo de amizade. Quando você passar por mim Na vinda de qualquer viagem Diga pelo menos "tchau" Antes de seguir viagem Pare num restaurante da estrada Comida boa, bebida ruim Numa das curvas da vida T riste prólogo do fim.

Farrapo

Eu preciso de um empurrãozinho Não é comodismo É que eu tô sem força Só um empurrãozinho Estou tão sozinho. Eu preciso de uma mãozinha Divida sua sorte comigo Entorte a ferradura pro meu lado Só um pouquinho Ai!  Estou tão sozinho. Eu preciso de uma ajudinha Não é muita coisa Faça o que você faria por qualquer pessoa Sopre o meu rosto Só um ventinho Ai, ai! Estou tão sozinho. Com esses trapos Sou um farrapo humano Sujo, com sede e faminto Pedindo socorro Só um tantinho.

Repulsa

Simplificar as coisas O senso comum faz O tempo inteiro Enquanto o sensu acadêmico O que faz é complexificá-las Em igual quantidade de tempo. Veja o meu caso: Eu tinha uma ideia Mas perdi a caminho do trabalho Eu tinha um trabalho Mas perdi correndo atrás de uma ideia Por isso não acredito em nada Mas não duvido de tudo Tem muita coisa errado, Tem muita coisa errada Nesse mundo Eu sentia falta do trabalho Sem ele me sentia um nada Com ele comecei a ver Que era tudo questão de perspectiva E continuei me sentindo um nada Escancarei as portas do meu coração Passou um tempo ninguém quis entrar Um cão entrou e se acomodou Mas ele tinha sarna e carrapatos Sinto meu coração pulsando E sinto repulsa O mundo anda louco Eu às vezes ando, Às vezes corro.

Eles Vivem

O filme de Ficção Científica de John Carpenter, Eles Vivem, pode ser um pouco datado, é verdade. Mas, este filme é, também, uma crítica social bem interessante e que apresenta alguns paralelos facilmente reconhecíveis com os dias em que vivemos. Um homem da classe trabalhadora encontra um óculos que o permite ver que extraterrestres dominaram o planeta por meio de propagandas subliminares. No roteiro, a maioria das pessoas em posições sociais mais elevadas são et's, e os que não são acabaram trocando suas liberdades, e a do restante do mundo, por dinheiro e uma vida luxuosa. Os efeitos são muito ruizinhos, posto que o filme é de 1988, e nessa época já temos muitos filmes onde seus efeitos resistiram bem mais a passagem do tempo. Mas, é um filme cult. É, certamente, um dos 20 ou 30 melhores filmes de um gênero específico da ficção científica que são os filmes de invasão alienígena. Dá pra rir das roupas dos anos 80, dos penteados com mullets caprichados, estilo Chitãozinho &

Eles Vivem

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Suicídio

O sol está no ápice Os pássaros cantam Uma triste canção Destas de animar enterro Que tem por estribilho: "Que dia bonito para um suicídio Um dia perfeito para se matar!" Sobre a mesinha Manteiga, torrada, Café e chá. No buquê Rosas vermelhas, samambaias, Flores do campo, chuva de prata, Que ostentam também Um outro nome vulgar. Na lápide não haverá epitafio. Ninguém mandou se matar. O céu está esplêndido Os pássaros cantam A mesma triste canção. "Que belo dia para uma prova, Um dia perfeito para se conhecer Por dentro uma cova!" Numa lápide estava escrito Um fato concreto Numa outra um fato abstrato Eu, se pudesse, escreveria apenas Suicídio.

Intuição Feminina

Ela está pensativa Ou fingindo estar Vai lavando suas roupas Lá rá lá rá lá... Certamente pensa em alguém Preocupada, preocupada Com a hora do jantar Lá rá lá rá lá... O filho chega da escola Era nele que pensava? Vai varrendo sua casa Lá rá lá rá lá... Continua preocupada Mas tudo está em seu lugar Só ela não está Lá rá lá rá lá... Daí, então, chegou a noite Janta junto com seu filho Não tem mais o Lá rá lá rá lá Lá rá lá rá lá... Toca o telefone inoportuno Atende sem vontade de atender Não há mais dúvidas Nem vocalização Apenas lágrimas. Eu sabia! Eu sabia! Intuição feminina! Intuição feminina!

A Dança

Eu não queria tocar em você Mas, sou obrigado Suas mãos são macias Meu coração calejado. Já não penso em você Tanto quanto antes Mas, não quero terminar Antes do inverno acabar. Não tenho medo de ficar só Apenas não quero te magoar. O trem saiu da estação, Você, dormindo, nem o viu chegar. Não percebeu que A música já acabou E continua a dançar. Você dança, dança e dança Sem perceber que todos foram embora. As luzes estão apagadas, Apenas você no salão. Eu não queria deixá-la Mas, sou obrigado Suas mãos são macias, Meu coração calejado. Seu coração é tão puro, O meu calejado. Você me pergunta se Não quero dançar. Eu lhe digo: "Amor, eu já dancei."

Cafeína

Não pense nunca estar no fundo do poço Talvez você ainda não esteja lá Mas, o caminho é perto, reze pra escapar Firme o pensamento em alguma coisa boa E tente atravessar essa deprê sem afundar Mas tente sozinho, eu não posso te ajudar Tome um pouco de café pra se acalmar. Não curto cafeína, Mas, tudo bem um pouco de café Às vezes me faz bem, Não curto cafeína, Mas, tudo bem um pouco de café Não faz mal a ninguém. Todo mundo precisa de alguém pra amar, Todo mundo precisa de alguém pra Tomar café e conversar. A noite já era, meus sonhos foram por água abaixo, Espero que saibam nadar. Se não souberem, que se danem, vou gritar: "Sonhos ao mar!" Não curto cafeína, Mas, tudo bem um pouco de café Às vezes me faz bem, Não curto cafeína, Mas, tudo bem um pouco de café Não faz mal a ninguém.

Febril

Eu queria escrever a mais bela De todas as poesias de amor Só por que você me pediu Queria te dar umas quinhentas estrelas E planetas uns mil Queria explicar de forma simples Que sinto uma paixão febril. Uma lágrima incomoda Ao descer sem pedir licença E meu coração Inexperiente nesses assuntos Acelera como se apenas isso Bastasse para dizer Com todas as letras Que no meu céu Só existe uma estrela Como se apenas isso bastasse Para dizer tudo.

Auto-retrato

Eu, faxineiro, 27 anos. Luto todo dia, só apanho. Apanho da vida, eu mesmo me arranho. Perdido na rua, coração de pano. Dando conselhos a outros, Querendo todos pra mim Eu mesmo me engano. Barriga cheia de comida, Roncando na ânsia de devorar paixões Um rio rasgando montanhas Como amor rasgando corações Na estante seu sorriso me lembra Que um erro meu deixou tudo pior. "Gauche" se lê "gôche" Mundo, mundo Vasto mundo Se eu me chamasse Raimundo Não seria solução seria castigo.

Música sem som

Durante todo o dia havia Uma música em meus ouvidos Na música alguém sorria Mesmo sem haver sorrisos. Ouvi, também, um som inaudível Como aqueles de muitos prantos Que apodrecem como o que é perecível Ao não receber acalantos. Mas era vibrante o referido som Mesmo que partitura não houvesse Havia CADENZA, havia tom... Da letra inda lembro d'uma parte: "Música sem som, música sem som" De nada mais me lembro destarte.